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O Impasse das Negociações Climáticas: Bonn e a Nova Meta de Financiamento
Recentemente, a conferência do clima em Bonn, que antecede a COP29, terminou sem um acordo crucial. Este evento reuniu representantes de 196 países para definir os termos técnicos e financeiros que serão discutidos em Baku, Azerbaijão, no final do ano. Apesar das expectativas, a conferência revelou grandes divisões entre nações ricas e pobres, especialmente em relação à nova meta de financiamento climático.
A Nova Meta de Financiamento Climático (NCQG)
A principal tarefa em Bonn era avançar a "Nova Meta Quantificada Coletiva" (NCQG), que substituirá os US$ 100 bilhões anuais prometidos para o período de 2020-2025. A NCQG é crucial para definir quanto dinheiro os países desenvolvidos devem prover aos países em desenvolvimento para que possam alcançar suas metas climáticas e adaptarem-se aos impactos das mudanças climáticas. Este financiamento também deve cobrir perdas e danos de eventos climáticos extremos que já são inevitáveis.
A necessidade de financiamento é enorme. Estudos indicam que, para enfrentar os desafios das mudanças climáticas, o financiamento necessário pode chegar a US$ 8,5 trilhões até 2030. No entanto, em Bonn, não houve acordo sobre o valor exato da meta. A Índia sugeriu US$ 1 trilhão por ano a partir de 2025, enquanto o Grupo Árabe propôs US$ 441 bilhões anuais mais mobilização privada, totalizando US$ 1,1 trilhão por ano. Mesmo assim, não houve consenso.
Tasneen Essop, diretora-executiva da Climate Action Network, destacou o problema central: “O resultado das negociações de clima de Bonn é um reflexo de uma luta de décadas para que as nações ricas cumpram suas obrigações e ajudem os países em desenvolvimento a agir contra a crise climática. Até que esse impasse seja solucionado, todos os outros temas permanecerão reféns”.
Os embates entre ricos e pobres
O encontro revelou profundas divergências entre países ricos e pobres. Enquanto os países em desenvolvimento exigiam trilhões de dólares em recursos públicos e a fundo perdido, os países desenvolvidos insistiam em mobilizar financiamento privado e dividir os custos com nações emergentes como China, países árabes e Brasil. Frases de impacto de ambas as partes eram repetidas sem consenso em diversas sessões de negociação.
Como resultado do impasse, a única coisa que saiu das discussões foi um compilado de visões opostas que passou de 63 páginas para 35 páginas, sem nenhum acordo substancial. Claudio Angelo, coordenador de Política Internacional do Observatório do Clima, resumiu a frustração ao dizer: “Perdemos mais uma oportunidade de avançar em Bonn, só que a atmosfera não vai esperar; a janela de oportunidade para limitar o aquecimento global a 1,5ºC, como manda o Acordo de Paris, está quase fechada. Isso põe pressão adicional sobre a COP30, em Belém, e sobre a necessidade de liderança brasileira no processo internacional”.
Impacto nas outras discussões
O fracasso em chegar a um acordo financeiro em Bonn gerou um efeito dominó em outras discussões importantes, como a implementação das recomendações do Balanço Global e a meta global de adaptação. Estes temas também dependem de elementos financeiros que ficaram paralisados devido ao impasse sobre a NCQG.
Túlio Andrade, negociador chefe do Itamaraty em Bonn, destacou que para o Brasil a definição de conceitos e mecanismos é mais crucial do que o valor exato da meta. "Se a meta [anterior] de US$ 100 bilhões tivesse sido, quem sabe, de US$ 150 bilhões, faria alguma diferença? O fracasso da meta anterior não está em seu valor, mas nas indefinições que não queremos ver na NCQG", disse ele.
Próximos Passos
As conversas sobre o “quantum”, ou o total de dinheiro a ser mobilizado, continuam nos próximos meses em encontros de alto nível entre ministros e chefes de estado. Em agosto, líderes se reunirão em Baku para tentar resolver os problemas deixados em Bonn e avançar nas discussões políticas.
O resultado da COP29 será essencial para a COP30, que acontecerá em 2025 na cidade de Belém, Brasil. A falta de progresso coloca uma pressão adicional sobre a liderança brasileira no processo internacional. “Só que isso não vai acontecer com o presidente Lula dizendo que não pode ‘perder a oportunidade’ de abrir novas fronteiras de óleo e gás”, observou Claudio Angelo, sublinhando a necessidade de ações consistentes e comprometidas.
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Este texto foi produzido a partir das seguintes referências:
- Canal O ECO: matéria "Evento pré-COP termina sem acordo sobre principal tema a ser discutido em Baku" (link)
- Canal OBSERVATÓRIO DO CLIMA (OC): matéria "Sequestrada por financiamento, Conferência de Bonn naufraga" (link)
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