#02 Notícias Climáticas e Ambientais
“Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro” - Heródoto
É chato falar de coisas ruins, de catástrofes, perdas inestimáveis para regiões, famílias, pessoas, negócios, biomas e etc. mas é importante. Não encararmos de frente as questões é negligenciar, é viver em um mundo paralelo (tipo um “metaverso”), é ser indiferente, insensível ou daí pra pior... Não há mais espaço para esse tipo de comportamento em nossa sociedade.
Então falemos, ainda na profundidade que uma postagem de blog permita...
O custo da inação: quando a falta de prevenção torna desastres climáticos ainda piores
Hoje, abordamos um tema que está intrinsecamente ligado às mudanças climáticas e que tem impactado profundamente a vida de milhares de pessoas pelo Brasil e pelo mundo: os desastres climáticos severos e frequentes e a falta de recursos e investimentos em prevenção e preparação.
Os eventos climáticos recentes no Brasil e ao redor do mundo deixaram claro que estamos diante de uma nova realidade. Mais ondas de calor, incêndios devastadores e inundações que destroem não apenas infraestruturas, mas também vidas. Vamos explorar como esses desastres são agravados pela ausência de investimentos adequados em prevenção e preparar nossas comunidades para responder a essas emergências.
Ondas de calor: uma ameaça silenciosa e mortal
Ondas de calor têm se tornado uma preocupação cada vez mais presente, não apenas em termos de desconforto, mas de vida ou morte. No Sul do país, chuvas intensas têm sido um problema, mas em outras regiões, temperaturas extremas às portas do inverno são o foco. Internacionalmente, vimos recentemente a devastação em Meca, onde mais de mil pessoas morreram devido a temperaturas de 52ºC. Inacreditável!
Os números estão aí, mas as mídias falham em contar a história completa dando a devida publicidade às causas, estimulando às reflexões e promovendo o debate. Já os Governos, dos praticamente 4 cantos do Mundo, insistem na estratégia errada de combate às mudanças climáticas com o incentivo à atividades poluidoras e o desinvestimento (ou inércia) em políticas públicas adequadas, junto da falta de incentivo para uma transição energética urgente. Dados recentes:
- Organização Meteorológica Mundial (OMM): Os oito anos mais quentes do planeta desde 1850 ocorreram entre 2015 e 2022.
- Observatório europeu Copernicus: Maio/2024 marcou o décimo segundo mês consecutivo de recordes de calor na Terra. O dado considera a temperatura média do ar no planeta.
Porém, a Defesa Civil no Brasil reconheceu oficialmente apenas oito eventos de ondas de calor na última década. Tem muita coisa errada nisso ou somos apenas nós quem enxergamos isso?
No Brasil, ondas de calor têm sido sub-recognizadas e sub-relatadas, o que ilustra uma lacuna crítica em nossa percepção e resposta aos desastres climáticos. As consequências menos óbvias incluem a pressão sobre sistemas de saúde e o impacto nas atividades econômicas. A falta de dados sólidos e de reconhecimento formal impede que medidas adequadas de prevenção e adaptação sejam implementadas.
Incêndios no Pantanal: o valor da biodiversidade perdida
O Pantanal, uma das maiores planícies alagadas do planeta, está ardendo em chamas. Em junho de 2024, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 733 focos de calor apenas nos primeiros 12 dias do mês. Pior: esse tipo de desastre não é novidade e em 2020 nada mais, nada menos que 30% do Pantanal foi consumido pelo fogo.
OK que o clima mudou. Mas e a nossa resposta? A antecipação da estação seca e a falta de chuvas pioraram as condições, com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarando situação crítica de escassez hídrica. A SOS Pantanal enfatizou a necessidade de medidas de prevenção e preparo adicional para combater os incêndios, mas as respostas têm sido tardias e insuficientes, mostrando que a dinâmica de gestão de desastres precisa urgentemente mudar para uma gestão de riscos.
Gastos com a reparação pós-catástrofe: um círculo vicioso
Os desastres climáticos no Brasil têm um custo financeiro gigantesco. As autorizações de gastos para a calamidade no Rio Grande do Sul ultrapassaram os R$ 39 bilhões. Para comparar, o orçamento destinado ao programa de enfrentamento da emergência climática em 2024 era de apenas R$ 10,5 bilhões antes da tragédia.

Fonte: Painel do Orçamento Federal
Esses números destacam a discrepância entre os recursos necessários para reestruturação pós-desastre e os investimentos preventivos. O primeiro título soberano sustentável do Brasil levantou R$ 10 bilhões em 2023, um montante considerável e muito comemorado, mas rapidamente ofuscado pelos custos de reparação. Esse ciclo de gastos emergenciais sem um foco preventivo compromete a capacidade do país de responder a futuros eventos climáticos extremos de maneira eficaz e eficiente.
O caminho à frente: prevenção e preparação
Claramente, a abordagem reativa aos desastres climáticos está falhando. É imperativo que os governos federal, estaduais e municipais, além de entidades privadas, concentrem esforços e recursos em estratégias preventivas. Nós da zello ambiente desenvolvemos potentes Projetos de geração de Créditos de Carbono com nossos clientes para criarem um círculo virtuoso pros seus negócios, afinal são atividades que combatem diretamente o aumento da temperatura média do planeta. Fora que esses Projetos também destinarão recursos para promover Educação Ambiental junto a crianças em vulnerabilidade social.
Cada um deve fazer a sua parte, mas, mesmo assim precisamos de novas políticas públicas que priorizem, entre outras coisas:
- Prevenção e Adaptação: Financiamento de infraestrutura verde, medidas de adaptação e políticas públicas focadas em prever e mitigar os impactos dos desastres climáticos.
- Educação Ambiental: Programas de educação que empoderam as comunidades a agir preventivamente, minimizando riscos e fortalecendo a resiliência local.
- Contratação, Capacitação e Recursos: Ampliação do corpo de agentes públicos e fiscais, investimento em capacitação desse pessoal e a compra de equipamentos e materiais necessários para fiscalizar as atividades e enfrentar desastres de forma eficiente.
Somente através de mudanças mais profundas na gestão de risco e prevenção seremos capazes de proteger nossas comunidades e nosso meio ambiente contra os efeitos climáticos devastadores que estão só começando. Cada vez mais próximos da gente.
Até a próxima postagem e continuemos juntos nessa jornada por um futuro mais sustentável e resiliente.
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Este texto foi produzido a partir das seguintes referências:
- Portal Política por Inteiro: matéria "Mudaram as estações" (link)
- Portal Política por Inteiro: matéria "Como fechar essa conta?" (link)
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A zello ambiente é uma cleantech que acredita que alavancar negócios que já contribuem para um planeta mais sustentável é estar trabalhando diretamente com nossos propósitos. Mais que isso: todos os nosso Projetos têm o compromisso de destinar uma parte dos recursos para projetos sociais com crianças em situação de vulnerabilidade, promovendo a Educação Ambiental para essas futuras gerações.